
A raposa e corvo
raposa e o corvo
A raposa é dos animais mais habituais nas fábulas de Esopo. Caracterizada pela sua esperteza atroz, a raposa frequentemente encontra soluções fora do convencional para conseguir aquilo que deseja. No caso da história da raposa e do corvo, vemos como a raposa, através da sua malandragem, rouba o corvo (que, por sua vez, já havia roubado um queijo). A história nos ensina os perigos da vaidade e da soberba. Pego pela armadilha pregada pela raposa, o corvo, convencido, perde aquilo que tinha e tanto desejava.
Um corvo roubou um queijo, e com ele no bico foi pousar em uma árvore. Uma raposa, atraída cheiro, desejou logo comer o queijo; mas como! a árvore era alta, e o corvo tem asas, e sabe voar. Recorreu pois a raposa às suas manhas:
- Bons dias, meu amo, disse; quanto folgo de o ver assim belo e nédio. Certo entre o povo aligero não há quem o iguale. Dizem que o rouxinol o excede, porque canta; pois eu afirmo que V. Exa. não canta porque não quer; se o quisesse, desbancaria a todos os rouxinóis.
Ufano por se ver com tanta justiça apreciado, o corvo quis mostrar que também cantava, e logo que abriu o bico, caiu-lhe o queijo. A raposa o apanhou, e, safa, disse:
- Adeus, Sr. Corvo, aprenda a desconfiar das adulações, e não lhe ficará cara a lição pelo preço desse queijo.
MORAL DA HISTÓRIA: Desconfiai quando vos virdes mui gabados; o adulador escarnece de vossa credulidade, e prepara-se para vos fazer pagar por bom preço os seus elogios.