
Domínio árabe e otomano na Tunísia
Em algum momento entre a segunda metade do século VII e início do VIII, houve conquista muçulmana do Magrebe por árabes. Eles fundaram a primeira cidade islâmica no norte da África, Cairuão. Foi lá, em 670 que a Mesquita de Uqueba, ou a Grande Mesquita de Cairuão, foi construída; esta mesquita é o santuário mais antigo e prestigiado no Ocidente muçulmano e mantém o mais antigo minarete do mundo; também é considerado uma obra-prima da arte e arquitetura islâmica.
Os governadores árabes de Tunis fundou a dinastia Aglábida, que governou a Tunísia, a Tripolitânia e o leste da Argélia do ano 800 a 909. A Tunísia floresceu sob o domínio árabe quando sistemas extensivos foram construídos para abastecer as cidades com água para uso doméstico e irrigação, o que promoveu a agricultura, principalmente a produção de azeitona. Esta prosperidade permitia uma vida de luxo para a corte e foi marcada pela construção de novas cidades-palácio, como al-Abassiya (809) e Raqadda (877).
Depois de conquistar o Cairo, os fatímidas abandonaram a Tunísia e partes do leste da Argélia aos ziridas locais (972-1148). A Tunísia Zirida floresceu em muitas áreas como agricultura, comércio e ensino religiosa e secular. No entanto, a gestão dos líderes ziridas posteriores foi negligente, o que levou à instabilidade política.
A invasão da Tunísia pela Banu Hilal, uma confederação de tribos de guerreiros árabes beduínos que eram encorajados pelos fatímidas do Egito para tomar o Norte de África, fez com que a vida urbana e econômica da região entrasse em um declínio adicional. O historiador árabe ibne Caldune escreveu que as terras devastadas pela invasores da Banu Hilal haviam se tornado completamente áridas.
O litoral foi brevemente mantido pelos normandos da Sicília no século XII, mas após a conquista da Tunísia em 1159-1160 pelos almóadas, os últimos cristãos na Tunísia desapareceram, seja através da conversão ou da emigração forçada. Os almóadas governaram inicialmente sobre a Tunísia através de um governador, geralmente um parente próximo do califa. Apesar do prestígio dos novos senhores, o país ainda era indisciplinado, com tumultos e combates contínuos entre os habitantes da cidade e árabes e turcos.
A maior ameaça ao governo almóada na Tunísia era a dinastia Banu Gania, descendente dos almorávidas, que a partir de sua base em Maiorca tentou restaurar o domínio almorávida sobre o Magrebe. Por volta de 1200, eles conseguiram estender seu domínio sobre toda a Tunísia, até serem esmagados pelas tropas almóadas em 1207. Após este sucesso, os almóadas instalaram Ualide Abu Hafes como o governador da Tunísia, que permaneceu como parte do Califado Almóada até 1230, quando o filho de Abu Hafes declarou-se independente. Durante o Reino Haféssida, relações comerciais frutíferas foram estabelecidas com vários países mediterrânicos cristãos. No final do século XVI a costa tunisiana tornou-se um reduto de piratas (veja: Berbéria).
Nos últimos anos dos haféssidas, a Espanha tomou muitas das cidades litorâneas, mas estas foram recuperadas pelo Império Otomano. A primeira conquista otomana de Túnis aconteceu em 1534, sob o comando de Barba Ruiva, o irmão mais novo de Uluje Ali, que foi o capitão paxá da Frota Otomana durante o reinado de Solimão, o Magnífico. No entanto, foi apenas na reconquista otomana final de Túnis da Espanha em 1574, sob o comando de Uluje Ali, que os otomanos anexaram permanentemente a antiga Ifríquia haféssida, mantendo-a até a conquista francesa da região em 1881.
Inicialmente sob domínio turco a partir de Argel, a Sublime Porta nomeou diretamente um paxá para governar Túnis que era apoiado por forças janízaras. Em pouco tempo, no entanto, a Tunísia tornou-se de fato uma província autônoma, sob o comando do bei local, o que deixou a região com uma independência virtual. Os husseinitas, dinastia criada em 1705, durou até 1957.