Determinação da Intensidade das Tempestades que atuam no Litoral do Rio Grande do Sul, Brasil

As ondas geradas pelas tempestades do Atlântico Sul são as grandes responsáveis ​​pela erosão das praias e costeiras verificada no litoral central do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Estas praias são classificadas como intermediárias, de acordo com a abordagem morfodinâmica sugerida pela “Australian School of Coastal Geomorphology”. O regime de ondas de tempestade controla a variabilidade morfodinâmica dessas praias arenosas. Através da classificação proposta por Dolan e Davis (1992). As tempestades do Atlântico Sul foram classificadas e relacionadas aos sistemas meteorológicos, considerando as respostas correspondentes das praias. Dos dados de tempestade de calibre de onda de 3 anos analisados, 54,4% corresponderam à classe I (fraca), 23% à classe II (moderada), 19,25% à classe III (significativa), 2,75% à classe IV (grave) e para a classe V (extremo), 1 tempestade foi registrada (0,6%). Coincidentemente, a proporção de frequências de classe de tempestade para os dados de 3 anos de tempestades do Atlântico Sul mostrou ser semelhante aos dados de 42 anos estudados por Dolan e Davis (1992) para tempestades do Atlântico Norte. Essa classificação tem se mostrado eficaz para o litoral sul brasileiro. O outono e o inverno são os períodos de tempestade com maior intensidade, os quais associados às máximas marés vivas e ondas de tempestade geram o ciclo erosivo desta costa. O processo inverso é verificado para primavera e verão, quando ocorre o ciclo de acreção. Além dessa tendência de comportamento sazonal, ocorreu um processo contínuo de erosão sem nova recuperação nos locais do Farol da Conceição e da praia do Lagamarzinho, a taxas de 3,6 metros por ano e 1 metro por ano respectivamente. A utilização desse método possibilitou quantificar a intensidade das tempestades e estabelecer sua relação com os processos sazonais de erosão ocorridos nas praias do sul do Brasil.