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A vida na roça

A vida na roça

O trabalho na roça continua o mesmo, mas negociar o leite que vende ficou bem mais fácil para o produtor José Macena Maia, que mora em Paineiras, no Alto São Francisco, a 262 quilômetros de Belo Horizonte. "Fazia muita falta", afirma ele, referindo-se ao celular,que chegou à sede do município em 2007.

Como mora no povoado de Formigueiro, e o sinal gerado pela operadora é só para a sede municipal, foi preciso instalar uma antena no sítio para poder usar o telefone, mas ele garante que o investimento valeu a pena.

O gerente geral da Cooperativa de Produtores Rurais de Abaeté e Região, Osmani de Araújo, à qual Macena é filiado, também gostou do investimento. Ele diz que das cinco cidades associadas à cooperativa, três não tinham telefonia celular até pouco tempo atrás, o que dificultava a comunicação com parte dos 6.000 produtores. "O recurso era mandar recado, mas tem lugares que ficam a 70 quilômetros de distância. Se fosse coisa urgente, já era", lembra.

O produtor Macena conta que além de facilitar os negócios, o telefone também tornou a vida pessoal melhor. "Ligo quase todo dia para os meus filhos, que moram em Divinópolis." Antes, ele precisava se deslocar até o posto telefônico mais próximo, que fica a quatro quilômetros de distância de sua casa.

No lucro. Em Rio Manso, o produtor Custódio Eustáquio Oliveira usa o telefone para reservar espaços na Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (CeasaMinas) para seus produtos. Por mês, são três toneladas de cará, couve-flor, jiló e outros. "Antes, eu tinha que levar os produtos e, se não tivesse lugar, eu voltava. Se tivesse uma área ruim, eu ficava, mas vendia pouco", lembra.

Com o celular, as vendas cresceram e a comunicação com a família também melhorou. Oliveira vive com a filha, o genro e dois netos. Em sua casa são três celulares, incluindo um que fica sempre em casa, funcionando como "fixo", já que a rede convencional não está disponível em seu sítio, que fica a um quilômetro do centro do município. Os seis filhos, que vivem na sede de Rio Manso também têm um telefone cada.

Oliveira diz que colegas que moram em propriedades mais afastadas reclamam por não terem sido beneficiados nem com rede fixa, nem móvel. A esperança para eles é que a chegada da concorrência estimule o crescimento da rede.
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